hibernando


sou crisálida!!!!!!!!.........
à fios de seda teci
minha própria prisão>>>

Sem rima, sem clima
sem sol....
Saura Izabete

Amo-te

Amo-te com amor santo
tanto, tanto, que nao
me aproximo,

afasto-me!


não quero ser pedra
de arrasto
nem o pecado que lesa
o teu ser casto...

por mais que me pese
esse amor incauto
farei dele uma prece
e de ternuras o prato
lauto...

Saura Izabete

estou apaixonada
pela tua voz, e teus olhos?
nem se fala!!!

sinto-te
no som que cala,
no grito que se espalha
na surdez do mundo...



Debruço-me sobre o cipreste que a alma junca
florido do amor que tu, não sentes nunca


Alegro-me ao ver-te passar, e com o olhar
tocar-te a pele levemente...


Enlouqueço com este amor que não pedi para Deus
mas inclemente, ele faz-me sentir-te tão fortemente
que penso seres tu, a vida que pulsa no meu peito

TÃO DOLOROSAMENTE!

Saura Izabete

o que em mim detesto

se odeio, amo
se amo, peco

se podo crescem
se crescem, fenecem
acrisoladas nos bemois
roucos de minha voz

Saura Izabete

foi teu olhar que mudou?
ou eu mudei a forma de enxergar
e de navegar, naquele brilho
que dantes eu via?

ele refletia em cores vivas
o arco-iris, ponte para o amor
hoje forma abortiva
murcha em seu pendor...

Choro a ilusão perdida
a rotura descabida
de minhas asas
em pleno vôo...

Saura Izabete

Já não te amo como antes
talvez nem o ame mais


cristal
frio
e frágil
como o inverno de meu dias

Saura Izabete

Já não te amo como antes
talvez nem o ame mais


cristal
frio
e frágil
como o inverno de meu dias

Saura Izabete

Dedico a minha primeira aula de pintura em tela

hoje eu engoli uma lágrima
desceu raspando e salgando
garganta abaixo....

tinha grânulos amargos
e imisciveis traços
de descaso...

neste momento
a dor extravaso
em furioso lamento

Afogo-me em ocêanico pranto...
e na furia das tempestades
sopradas pelo vento...

Saura Izabete

não sei se é o vento
ou algum som que vem de longe
soprar nos meus tímpanos
são vozes que dizem
que voce se esconde


Talvez tenhas medo
do vulcanico segredo
(meu brutal desejo
escondido num terno beijo)


Saura Izabete

A tarde vai caindo

enquanto o sol

debruça-se no horizonte

em rubro choro!

o nambu faz coro

com seu canto triste...

ah! meu Deus

Quanta melancolia

ao findar do dia!

Saura Izabete

è sangue pisado
hematoma
é loucura
que se soma
à perplexidade...


É de arrebentar
arame farpado,
cerca elétrica,
tem a maleabilidade
e a força das aguas,
a magia e o furor
dos elementais do fogo,
absinto das mágoas,
e a transmutação
do velho cada vez mais novo,
este é o amor que sinto
e nele pressinto
o sonho que evapora
para vagar nos seios
de estrelas
e nebulosas cósmicas

Saura Izabete

Eu te encontrei

mas me perdi no hiato

que separa tu de mim

no gosto do palato

no grito rouco

linguagem rota

dessa dor sem fim...

Saura Izabete